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Mestre Zé, Rita e Rosinha



Crivella, Marcelo. Histórias de Sabedoria e humildade. 1. ed. Rio de Janeiro: Universal, 1999.

“A palavra álcool é de origem árabe e significa sutil. Realmente, não há nada que seja mais sutil do que a bebida alcoólica. Ela entra em qualquer ambiente e frequenta desinibidamente todas as classes sociais. Não só está presente na confraria miserável dos mendigos, debaixo das pontes, como também é convidada de honra nos grandes bailes, nos palácios e nas recepções aos líderes de Estado." (p. 37)

"Quando o sujeito está triste, bebe para esquecer. Quando está alegre, bebe para comemorar. Se está calor, toma uma geladinha. Se está frio, uma dose para esquentar. Lá está a maldita sutileza. Vai chegando devagar, passo a passo, para tomar o seu lugar." (p. 37)

"O velho pedreiro e o experiente carpinteiro de formas brigavam para ter o Zé como ajudante. Foi assim que ele aprendeu todas as profissões na construção, formou-se na escola da vida e na prática do trabalho se fez mestre-de-obras." (p. 38)

"Zé, Rita e Rosinha viviam uma vida simples, mas cheia de paz e fartura. Até que um dia, após o serviço, Zé parou no bar, a convite dos amigos. Maldita hora!" (p. 38)

"O fim do dia, que marcava com alegria na vida de Rita e Rosinha a volta do pai para o lar, passou a ser momento de angustiada espera, de debruçar na janela, de ficar de pé no portão, olhando de um lado para o outro." (p. 39)

"Não precisou de muito tempo para perder o emprego e mergulhar a família na crise financeira. O dinheiro da indenização foi quase todo para pagar dívidas no bar. Agora, desempregado, Zé se entregou de vez ao vício. De Mestre Zé passou a ser chamado de "Zé cachaça", "Zé Bebum", um "Zé" qualquer, nome desses que se dá ao pobre infeliz que cai nas garras do alcoolismo." (p. 39)

"Rita, amargurada, carregava sozinha a vergonha diante dos vizinhos. As contas atrasadas, o pede aqui e ali para remediar a situação. Alguém já disse, sabiamente, que a mulher de um alcoólatra é uma heroína e merece uma estátua, em escala 10 por 1, no centro da praça pública." (p. 39-40)

"Tarde da noite, hora do vendeiro enxotar os embriagados e fechar as portas do bar, o Zé, a passos trôpegos, tomou o rumo de casa. A certa distância, viu estranhas luzes brilhando, vindas da sala. Ao se aproximar, lá estava, sendo velado, o pequeno caixão de Rosinha, cercado por pequeninas velas e flores simples. A pobre menina não resistira." (p. 40)

"Quando o efeito do álcool foi, pouco a pouco, deixando a mente daquele pai infeliz, o desespero e o remorso foram lhe trazendo as trevas. Impotente para enfrentar a realidade, foi tomado pela sede louca do álcool, da busca da fuga, que crescia no seu interior." (p. 41)

"A história do Zé é verdadeira. É também verdade que, pelos muitos anos passados desde que estes fatos se sucederam nos arredores da capital de São Paulo, fugiram-me da memória os detalhes completos deste drama, razão pela qual nomes e profissões foram trocados. Mas de uma coisa jamais esquecerei: o álcool marcou para sempre a vida daquele lar, outrora tão feliz."


Temos por meio deste fichamento mostrar trechos que ao nosso vê tem um significado impar na vida de cada leitor, mas, para a sua melhor compreensão aconselhamos que adquira um exemplar em uma livraria mais próxima ou no site arcacenter.

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